Dia 3:
Com uma saída até tarde na noite anterior o despertador simplesmente não tocou à hora prevista ou então ninguém o ligou. Eram já 10h e pouco quando se deu a alvorada cá por casa e, entre os habituais chocapics e os cereais de arroz tufado o pessoal foi-se despachando na esperança de surfar qualquer coisa para o norte da ilha. Seguimos então viagem mas o cenário era tão deprimente que decidimos fazer-nos à estrada e conhecer um pouco da costa norte. Inicialmente o plano era seguir até à famosa onda que quebra no filme ABC e posteriormente descer até ás furnas. Por entre curvas e contra-curvas, vacas e mais vacas, íamos apreciando a beleza natural que esta ilha proporciona a qualquer visitante. Chegados ao primeiro destino fixado no mapa foi hora de ir até à única bomba de gasolina nos arredores pois o depósito teimava em comer qualquer coisa. Fechada ?!?!? Não sabíamos bem o que fazer à nossa vida pois a coisa estava preta e a bomba mais próxima era perto de Stª Bárbara (+-30min). Enquanto as últimas gotas deixavam, seguimos viagem de volta sempre perguntando a todas as pessoas que encontrávamos pelo caminho se não desenrascavam 1 litro que fosse pois o desfecho era certo. Decidimos parar o carro no porto de pesca de Porto Formoso e sem outra alternativa possível tivemos que recorrer à pessoa que já merecia uma estátua bem no centro de Ponta Delgada, a mãe do Miguel e do Rodrigo Rijo, que de imediato se disponibilizou para nos ajudar. Enquanto os largos minutos passavam decidimos descer até ao porto e acabamos a pescar com um casal, que por ali paravam solitários. Foi então que a Lili chegou com o Miguel e 5 litros de gasolina que fizeram os nossos olhos brilhar. Rapidamente traçamos novos planos para o que restava da tarde mas sem antes almoçar, pois já eram quase 17h e ainda ninguém tinha tocado numa migalha, inclusive o Miguel que chegara a casa há pouca tempo após uma longa noite de trance. Pelo caminho deu para deslumbrar a vista espantosa do Miradouro de Stª Iria, acabar de encher o depósito e os pneus dos Ferrari porque vá se lá saber como, descobrimos que temos um pneu furado - afinal um azar nunca vem só! Depois de tanta aventura, subimos à Lagoa do Fogo com o objectivo de ganhar pica para uma próxima visita assim que o tempo o permitir. No regresso fomos cercados por uma manada de vacas que nos surpreendeu a todos pelo inesperado momento. O dia não terminava sem antes o Miguel ir dormir para casa e nós continuarmos o turismo, mas desta vez pelo sul da ilha. Um banho de água quente e uma paisagem magnifica estavam à nossa espera na Ferraria. Regressamos a casa e descobrimos que não conseguimos viver um dia sem o Jota ,por perto. Hoje não houve surf para ninguém mas amanhã esperamos conseguir apanhar umas aqui ao lado de casa para aquecer, pois o resto da semana promete entrada de ondulação e offshore dia após dia. Estamos no paraíso.
